17 abril 2008

Frente de Apoio ao Vale do Ribeira

A Frente de Apoio ao Vale do Ribeira em São Paulo foi criada no dia 14 de
março de 2008 para fortalecer o movimento em defesa do rio Ribeira de Iguape
e para mostrar ao estado de São Paulo e ao Brasil que a manutenção deste,
que é o último rio de médio e grande porte do estado de São Paulo que não
apresenta barragem de Usina Hidrelétrica, é a melhor alternativa para o
desenvolvimento social e para o equilíbrio ambiental da região. Esta
articulação na capital paulista e em outras cidades se deveu em grande parte
à repercussão que teve a manifestação do dia 12 de março, onde cerca de 400
pessoas ocuparam de forma pacífica o saguão da Superintendência do IBAMA, na
cidade de São Paulo. Entre os presentes, estavam as comunidades quilombolas
e caiçaras do Vale do Ribeira, além de diversos apoiadores e simpatizantes,
que se somaram ao movimento.

Após 20 anos de resistência contra a construção desta barragem, os
movimentos sociais e ambientais do Vale do Ribeira conseguiram furar o
bloqueio que havia na grande mídia para esta questão, visto que o
empreendimento citado é de iniciativa privada e interesse exclusivo da
Companhia Brasileira de Alumínio, braço empresarial do Grupo Votorantim,
cujo dono é o empresário Antônio Ermírio de Moraes, considerado segundo
critérios financeiros, o homem mais rico do Brasil. Sua fácil circulação
pelos grande conglomerados de mídia, aliado aos diversos anúncios da
Votorantim em veículos como Veja, IstoÉ, Época, Folha de São Paulo, Globo e
Estado de São Paulo, tem dificultado a divulgação mais ampla desta luta.

Entretanto, a revista semanal Carta Capital publicou nas últimas semanas uma
reportagem especial sobre o Vale do Ribeira e a Barragem de Tijuco Alto,
apresentando a questão de forma honesta e ponderada. Esta e outras
reportagens (baseadas no Estudo de Impacto Ambiental) esclarecem que não
existe nenhum interesse público na construção desta barragem, já que ela
enviaria energia unicamente para o complexo metalúrgico da empresa, na
cidade de Alumínio, região de Sorocaba.

O Rio Ribeira de Iguape nasce no Estado do Paraná (município de Cerro Azul)
e desemboca no estado de São Paulo (município de Iguape), sendo portanto, um
rio federal. Ele passa por um singular trecho de Mata Atlântica, se avizinha
de cavernas de importância turística, e nutre tanto os peixes do rio como as
pessoas que dele dependem. Desta forma, qualquer alteração na vida deste
rio, alterará a vida das pessoas, sem nenhum benefício público. Mesmo assim,
o IBAMA (órgão licenciador) divulgou um parecer técnico favorável ao
empreendimento, o que indignou os moradores do Vale representados pelos seus
movimentos sociais.
 
Esta posição dos técnicos do IBAMA foi um dos motivos da
manifestação de 12 de março. Este protesto forçou um acordo entre estes
movimentos e a presidência do IBAMA, que garantiu não emitir a Licença
Previa até que sejam respondidos todos os questionamentos feitos pela
população do Vale do Ribeira. Esta população vê no Ribeira muito mais do que
um simples rio ou uma fonte inesgotável de recursos, mas sim equilíbrio
ambiental e identidade cultural para a região. Além disto, suas populações
ribeirinhas, quilombolas, indígenas e caiçaras têm outras visões e práticas
de desenvolvimento, que não aquele a qualquer custo, mas aquele em direção a
sustentabilidade ecológica.

Já temos um texto-base de apenas sete páginas, os diversos problemas
e situações que motivam a resistência da população do Vale -
e agora esta Frente de Apoio - são discorridos e detalhados de forma
que os pesquisadores que ainda não conhecem a questão possam se
posicionar a curto prazo, mas também se aprofundar de forma que seja
possível emitir um parecer técnico-científico sobre a tentativa de construção
desta Usina Hidrelétrica, a médio e longo prazo.

Agradecemos a sua atenção e pedimos que divulguem esta mobilização,

Enviado pela:
*FRENTE DE APOIO AO VALE DO RIBEIRA EM SÃO PAULO*

Responder para apoioribeira@gmail.com

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