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27 junho 2008

Conversa com SILO sobre a Marcha Mundial pela Paz

Conversa informal com Silo, Rafa de la Rubia e amigos sobre a Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência (MM)


Santiago, 23 de junho de 2008. -

Assistentes: Negro, Rafa de la Rubia., Pia Figueroa., Karen Rohn, Pepe Feres., Tomy Hirsch, Julian Burgos., Dario Ergas., Robby Blueh., Pancho Granella.
(Nota: Apontamentos de Pancho G., não foram revisados por Silo)
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O bate-papo se iniciou comentando a permanência de Rafa de la Rubia em Mundo sem Guerras (MSG). Esta foi constituída por ele como organização sem fins de lucro o ano 1994 e efetuou um sem fim de atividades desde esse momento. Por conseguinte não podemos dizer que é uma casualidade que agora apareça a MM meramente como uma atividade conjuntural. É graças aos elementos compositivos que se constitui o processual e não é por contar com ações isoladas que podemos assegurar um processo.
Em referência ao tema da convocação da MM se vê necessário explicitar os diferentes tipos de violência. Não só a violência física (da qual o estado agora aparece como tendo o monopólio, em uma espécie de silogismo barato), mas também a econômica, a racial, a religiosa, a psicológica e a sexual. O lema da convocação é em positivo, não é contra da violência, é em favor da paz e da não violência.

Neste momento a MM vem como anel ao dedo, o anel tão separado que estava do dedo, pois agora é o momento adequado de junta-los.

Um aspecto importante a considerar é como será gerada a MM. Isto é o que sentará a condição de origem que depois, uma vez em marcha, será muito difícil de modificar. É uma marcha qualitativamente muito superior. Não se refere só ao tema nuclear que aparentemente é mais próximo para Europa, tudo depende de como você explique.
Uma marcha como esta é perfeita para Punta de Vacas. Encontrávamos-nos atados de mãos em relação ao terreno de baixo, isto já não é mais um impedimento. Agora se sair o terreno muito bem e não sair também estará bem. Não nos freia, já que a marcha será em P de V um só dia de Janeiro de 2010. Era muito desproporcionada a situação de depender deste terreno para nossas coisas.

Um ponto muito importante é que a MM a inicia MSG, não o MH ou outro organismo. Já a Mensagem aderiu e assim a gente ira aderindo. Então você não precisa esperar nada mais e quem não subir perde o trem. Também aparecerá muita gente dizendo: se deveria fazer tal coisa, então lhe diremos, pois muito bem, faça-a! E haverá que prescindir dos meios de difusão nisto, se pudermos contar com difusão deles bem, mas igual a fazemos, como já é história nossa, como temos feito sempre, prescindindo dos meios de difusão.

Contamos com quase um ano e meio para a marcha, para organizá-la, está muito bem este tempo prévio que dispomos. E já há uma onda circulando com muita força com este tema. Haverá então que perfilar e fixar alguns pontos mínimos.
Também se poderá dizer que uma campanha mundial não é fácil de digerir, mas claro, a gente não sabe que já se vai para a mundialização. É esta época mundializada a que permite efetuá-la, antes não teria sido possível.

Chegou o momento de fazer algo exemplar e a melhor forma de contar com a gente que vai aderindo é com a coisa exemplificadora. Desde o Marxismo que não surgia algo com projeção mundial. Marx pensava em algo mundial.
Estamos em uma época com falta de referências e a gente esta aderindo aos destemidos, às personalidades fortes. Olha o caso de Obama, que você diz: que Obama é forte ou débil? É uma personalidade forte, se vê suavezinho, mas muito firme. Assim terá que ser nossa colocação para o meio.

E será MSG quem dê o arranque. Haverá um pequeno núcleo que de continuidade à marcha, participando desde seus inícios nela. E a Comunidade terá que aderir e os demais organismos do sistema irão fazendo o mesmo, é a soma das diversidades o que o fará possível. E para os indivíduos o mesmo, se quer somar-se que ponha sua assinatura. O mínimo da adesão é o indivíduo. O menos que pode fazer é aderir individualmente, assim é a adesão pessoal. Nestas coisas você tem que tomar muito em consideração ao indivíduo, mas você vê que no final a gente não conta. Mudou a época, agora o pacifismo vai. Portanto então é preciso despejar o panorama, MSG e a MM pela Paz e a Não Violência, em positivo, não é pacifista ou anti-belicista. Há uma importante diferença entre pacifismo, anti-belicismo e não-violência. Vejamos o Dicionário, Volume II:

PACIFISMO
(do lat. pacem: paz). Princípio moral e político que reconhece a vida humana como valor social e ético supremo e que vê na manutenção da paz entre os grupos étnicos, religiosos e sociais, entre as nações e blocos de estados, seu ideal supremo. Inclui o respeito pela dignidade da pessoa humana, dos grupos e povos, e dos direitos humanos em geral. Contribui à compreensão mútua de pessoas de diferentes culturas e gerações. Rejeita a desconfiança, o ódio e a violência.
O p. é uma atitude de negação da guerra e o armamentismo. Desde a Primeira Guerra Mundial muitos tribunais, em diferentes lugares do mundo, reconheceram o direito de objeção de consciência eximindo do serviço militar a pacifistas e membros de confissões religiosas que se opõem às armas e aos instrumentos bélicos. Também os objetores de consciência promoveram campanhas mediante as quais propõem que a porcentagem orçamentária que se destina à defesa, derive para a educação e a saúde pública. As idéias de desarmamento e desmilitarização inspiraram a numerosos movimentos anti-belicistas que, freqüentemente, não alcançaram acordo pelas suas variadas concepções da realidade social e, às vezes, por divergências pontuais na aplicação de suas táticas de luta. Os grupos pacifistas estão hoje em condições de organizar frentes autônomos de base em relação com outros que propiciam a mudança social (*Frente de ação).


MOVIMENTO ANTIBELICISTA
Movimento contra as guerras e contra uma guerra concreta efetiva ou eventual. Na antiguidade as religiões universais e os sistemas éticos começaram a condenar as guerras por considerá-las como instituição contrária à vontade divina e prejudicial para a sociedade, que corrompe à pessoa humana e dissolve à sociedade. Na Idade Meia, vários movimentos populares religiosos tinham um conteúdo anti-belicista e expressavam o protesto popular, sobretudo das pessoas das vilas e camponeses contra as devastações próprias das guerras entre os feudais.
O m. a. internacional moderno nasce no século XIX e se amplia às vésperas da primeira Guerra Mundial. Quando se realizavam conferências e congressos nacionais e internacionais, surgiam organizações anti-belicistas que tratavam de impedir o estalo de uma guerra mundial e condenavam as chamadas guerras coloniais de rapina. Estes movimentos obrigaram à diplomacia internacional a elaborar uma série de normas e aprovar documentos sobre determinados procedimentos que limitavam as dimensões dos conflitos internacionais e as conseqüências das ações militares para a população civil; regularizavam a prestação de ajuda médica aos feridos, estabeleciam regras sobre prisioneiros de guerra, etc. No entanto, o m. a. não pôde prevenir as duas guerras mundiais.
Depois da segunda Guerra Mundial, o m. a. se ampliou e colocou a necessidade do desarmamento, principalmente a proibição e eliminação das armas atômicas, biológicas, químicas, etc. e também de armamentos comuns; a dissolução dos blocos militares;o fechamento das bases militares no estrangeiro e a evacuação das tropas. Este movimento alcançou seus objetivos, mesmo que só parcialmente. O fim da "guerra fria" provocou a crise do m. a.

NÃO-VIOLÊNCIA
A
n-v. costuma compreender ora o sistema determinado de conceitos morais que negam a violência, ora o movimento de massas encabeçado pelo Mahatma Gandhi que se desenvolveu na Índia na primeira parte do século XX, assim como a luta pelos direitos civis dos negros nos EUA sob a direção de M. L. King e a atividade desenvolvida por Kwame Nkrumah em Gana. Podem mencionar-se também as intervenções civis de A. Solzhenitsin, A. Sakharov, S. Kovalev e outros famosos dissidentes, contra o totalitarismo soviético.
A idéia da n-v. está exposta na Bíblia e em escritos de outras religiões, na chamada: "não mates". Esta idéia foi desenvolvida por muitos pensadores e filósofos; os escritores russos Leão Tolstoi e Fiodor Dostoievski a formularam com grande profundidade. A fórmula de Tolstoi que promulga a supremacia do amor e o "não emprego da violência ante a maldade", em outras palavras a impossibilidade de lutar contra uma maldade com outra, adquiriu ressonância mundial, engendrando uma seita singular de "tolstoistas".
Mahatma Gandhi (1869-1948) formulou de seu modo a ética da n-v. baseando-se no princípio do ahimsa (rejeição a exercer qualquer forma de violência contra o indivíduo, a natureza, o inseto ou a planta) e na "lei do sofrimento". Gandhi conseguiu organizar a satiasgraja, movimento anti-colonialista não-violento, reunindo muitos milhões de pessoas. Este se manifestou na insubordinação civil maciça e prolongada às autoridades inglesas, negando-se a colaborar com as mesmas, defendendo sua originalidade e liberdade, mas sem recorrer a métodos violentos. O povo chamou a Gandhi "Mahatma" (alma grande) pelo seu valor e inflexibilidade na ação sobre o princípio da n-v. O movimento da n-v. dispôs o terreno para que a Grã-Bretanha renunciasse a sua supremacia na Índia, embora o próprio Gandhi fosse assassinado por um sicário. Lamentavelmente, mais tarde, o princípio de ahimsa foi jogado ao esquecimento. O desenvolvimento político da Índia e o Paquistão se viram tingido com tons sangrentos da mais franca violência.
A luta de M. L. King também concluiu sem triunfar, ele também foi assassinado enquanto fazia uso da palavra em um meeting público.
Apesar de tudo, o conceito de n-v., inclusive a forma não-violenta de protesta, seguem vivas e se desenvolvendo no mundo. As intervenções diárias e em massa das camadas baixas de trabalhadores, mitines e manifestações de protesto, greves, movimentos femininos e estudantis, manifestações camponesas, edições de folhas, volantes e jornais, intervenções por rádio e T.V., tudo isso constitui as formas da ética e prática da n-v.
O N. H. se esforça para minimizar a violência até o limite extremo, superá-la completamente em perspectiva e encaminhar todos os métodos e formas de resolver oposições e conflitos sobre os trilhos da n-v. criadora.
Freqüentemente se homologou n-v. e pacifismo (*), quando na verdade este último não é um método de ação nem um estilo de vida mas uma denúncia constante contra o armamentismo.


NÃO-VIOLÊNCIA ATIVA
Estratégia de luta do N. H. consistente na denúncia sistemática de todas as formas de violência que o Sistema exerce. Também, tática de luta aplicada a situações pontuais nas quais se verifica qualquer tipo de discriminação.

O humanismo se esforça para superar a violência em perspectiva, processualmente. Tomando o caso da autodefesa, levamos a defesa de um conjunto ou a defesa pessoal ao limite extremo, de forma não violenta. É necessário levar ao limite extremo até criar consciência social.
Criar consciência é de onde vão sair imagens, atos, não é qualquer coisa, é algo muito pesado. Criar consciência é instalar um sistema psico-social tal que a violência não tenha cabimento. Contribuir para a criação de uma consciência mundial é algo muito pesado.
Podemos ver isto operando atualmente. Por exemplo, com o ambientalismo ingênuo foi instalada uma consciência social, ninguém sai na rua a bater num cavalo porque é linchado. E isto que está passando é mundializado. Queremos chegar a que se produza verdadeira repugnância física pela violência. E é nesta direção que a ação exemplar fará sentido porque ela enraíza nas pessoas. Então reforçamos isso de que a violência não é só física e diferenciamos as formas de violência, não faremos um chamado meramente anti-belicista, não é só o tema bélico mas são todas as formas de violência. Não podemos confundir o anti-belicismo com a não violência, assim como não é possível confundir o gandhismo com a não-violência. Ao referir-nos à não-violência ativa falamos de todas as formas de violência que o sistema exerce. É importante agora fazer diferenças nestes temas já que quando se traduzam para outras línguas os diferentes materiais que se façam para a MM pode resultar uma marmelada; iremos com precisão nos conceitos. E muito olho com as secundariedades, alguém poderá sair com que o mais importante é o "aquecimento global", a contaminação e não é assim.
Interessa a nós criar consciência social, é uma proposta psico-social. E como dissemos estamos em uma época de jetones, não estamos falando de democracia. E a gente se poderá reconhecer no pior e no melhor do outro, se somos capazes de reconhecer em nós mesmos essas barbaridades, deve ser lutando consigo mesmo.

Agora o assunto é como criamos consciência social. Faz-se através de ações "exemplificares", assim chegamos às pessoas.

Rafa de la R dá seu testemunho pessoal: nos seus recentes dias de retiro em Punta de Vacas, efetuou a seguinte reflexão: "Eu vou fazer a marcha mundial pela paz e a não-violência e o resto que veja como fará".

Rafa falou sobre o testemunho de um jovem na Argentina: "Não sei se vou poder ir à marcha mas para mim é importante que se faça". Está a sensibilidade presente em nosso meio imediato, na sociedade em geral. Por tanto esta MM é um exemplo de mundialização muito interessante e vai ter conseqüências.

Podemos dizer que o marco da MM é criar consciência social pela paz e a não violência, e os três pontos já comentados do dicionário (pacifismo, antibelicismo e não violência) são muito importantes para nós. Devemos ter claro que se nós não fazemos a MM não a podem fazer outros. Em que se apóiam?..., eles não têm estruturas. Só carimbos de borracha.
Gandhi se nutre do Ahimsa: arranca quase 500 anos antes desta era e parte como reação para o hinduismo onde se viam situações de violência. Como exemplo vemos as castas sociais e como caso extremo vemos às viúvas que ao ficar sem seu marido tinham que atirar-se vivas na pira funerária. O Ahimsa sai do Mahavira, dos Jainistas. Ele o desenvolve explicando que não é preciso danar os sistemas nervosos dos seres vivos. Daqueles que tem mais de um sentido. Os vegetais contam com um só (o tato), mas já um micróbio ou algum animal com dois ou mais sentidos não pode ser morto. Eles são evolucionistas e ateus. Depois vem o paradoxo de que seus templos, que são ateus, são tomados pelos brahmanes. Daqui abrevaron Tolstoi e Gandhi. Na atualidade não são mais de 1 milhão, não são religiosos e fazem muita insistência no comportamento. São ateus como o foi Buda, contemporâneo do Mahavira. Época de grande agitação, com Grandes homens como Zaratustra, Pitágoras e outros.

Na MM os Parques cumprirão um papel muito importante, serão pontos de atracado. Vão ser muito importantes para juntar gente. Serão os faróis da MM.

Um ponto que devemos levar em conta é que pode haver diversos focos de conflito ou conflitos mundiais durante este próximo tempo, então temos claro que devido a estes não deteremos a marcha. Veremos de ir sorteando obstáculos onde se nos impeça a passagem.

O que necessitamos é gente com valor, por tanto com uns poucos em cada lugar poderemos iniciar este assunto. Oxalá pudéssemos retomar esses contatos do Egito, em Alexandria, que tem um grande significado histórico e cultural. Trataremos de passar pelas fronteiras das Coréias, por Hiroxima, pelo norte da Índia que faz fronteira com Paquistão, Israel e a Palestina, etc... Queremos que o indivíduo participe, estão isolados do processo, é uma geração que se atola.
Será uma marcha em prol da paz e a não-violência, não contra algo. Contra nada. Vamos pela paz e a não-violência como metodologias de ação e o resto dos países e governos farão sua parte. Esclarecemos, não vamos propor nada dialeticamente, isso era antes, já é um recurso esgotado.

Seria bom que a MM se organize flexivelmente, em comissões como a da Mensagem, e que a gente que queira se faça cargo e leve adiante a MM. Respeito da orgânica, além da geral, que é como uma junta promotora, tem que haver uma orgânica mínima de MSG nos diferentes lugares, onde a gente possa se linkar.

Também será de muito interesse saber que passou naqueles lugares por onde a marcha já passou, ou por onde está passando ou por onde passará. O antes, o durante e o depois deverá ser programado. E, além disso, se podemos ir colando com a imprensa por onde vamos passando, melhor. Também será de interesse contar com um informativo periódico que vá dando conta da MM.


Respeito da Mensagem, as Comissões têm que ter um núcleo de gente à qual se possa somar outra gente. Ali onde se arme uma comunidade da Mensagem terá que haver uma comissão, seja salinha, sala ou sala nacional. As comissões são para sustentar o lugar, fazer difusão, tomar contato com as diferentes organizações, com o meio, etc. Se definirão funções e já estará em marcha. Também haverá que considerar aspectos tais como a forma em que vai se relacionar essa comunidade entre si e como se relacionará com outras comunidades. Sabemos que são dois aspectos muito diferentes. Mas, para iniciar isto, o primeiro que tem que haver é o espírito. Já naquele momento, dentro dos primeiros cristãos se disse: "aí onde se reúnam em meu nome três dos senhores, ali eu estarei".
Não é possível que o hominídeo, que tem já quase 3 milhões de anos sobre a terra não possa organizar-se nesta unidade básica. Minimamente terá que começar já a organizar-se!
Com certeza encontraremos resistências em nosso andar
, mas bem sabemos que para que um circuito funcione corretamente tem que haver uma resistência de carga. Caso contrário, não há movimento cíclico.

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02 junho 2008

Fotos da II Transmissão de SILO

Fotos da Segunda Transmissão de SILO realizada em 30/05 em Caucaia

 

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15 maio 2008

2ª Transmissão - SILO e a Experiência

Abaixo enviamos o link para assistirem o extrato de 03 minutos sobre
a próxima transmissão de SILO que realizarem em Caucaia no dia 31 de maio.
 
Chegou hoje, e assim que tivermos a versão em português estaremos
reenviando a todos.
 
Silo y La Experiencia / extracto 
Comentarios de Silo, Centro de estudios, Punta de vacas 2008.
 
 
Para downloads como wmv ( 39 megas) podem acessar:

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08 maio 2008

Vídeo de SILO sobre a Vingança e a Reconciliação

Video de uma conversa com Silo no dia 6 Maio de 2008 sobre vingança e a
reconciliação.

Aqui podem baixar o vídeo coma conversa de SILO com alguns amigos do
movimento,
realizada por ocasião da inauguração do parque italiano.
aquí pueden bajar el vídeo de la charla de Silo con algunos amigos, dada el

O vídeo dura uma hora e quarenta minutos e está em espanhol.

http://www.parcoattigliano.it/uploads/media/Silo6MayoGrotte.wmv

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07 maio 2008

Vídeo da última conversa com SILO

Aqui segue o link para baixar o vídeo da última charla de SILO, realizada em 05 de maio de 2008 na inauguração do parque Italiano.

http://www.parcoattigliano.it/uploads/media/CharlaSiloParcoAttigliano5Mayo.wmv

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24 abril 2008

Não-violência e Novo Humanismo

Neste sábado 26 de abril, no Parque Caucaia (Cotia-SP), estaremos transmitindo as palavras de Silo desde o Parque histórico Punta de Vacas - Mendoza - Argentina

Estas jornadas acontecerão todos os últimos sábados do mês deste ano 2008.


Neste comunicado anexamos o Link em Youtube para poder assistir ao Spot , que é uma síntese do que será exposto na ocasião



Palavras de Silo no Spot

O Humanismo

 

Os humanistas são internacionalistas.

 

Aspiram a uma Nação Humana Universal.

 

Não desejam um mundo uniforme, senão múltiplo.

 

Múltiplo nas etnias, línguas e costumes.

 

Múltiplo nas crenças, em ateísmo e em religiosidade.

 

Os Humanistas não querem amos.

 

Não querem dirigentes nem chefes.

 

Nem se sentem representantes nem chefes de ninguém.

 

O mundo, mais que em outros momentos, está necessitando do Humanismo.

 

 

Ação Humanista

 

Quero destacar a necessidade de ação humanista

 

porque acontece que os acontecimentos estão marcando um transbordamento

 

da violência em todos os campos

 

e uma deterioração de toda referência

 

nos indivíduos e nos povos,

 

que o Humanismo Universalista

 

tem hoje a possibilidade

 

de criar consciência

 

e ação não violenta

 

e constituir-se em referência

 

para amplos setores da população mundial.

 

  

Esclarecimento e Ação Reflexiva

 

 

É forçoso compreender o sentido da ação

 

e não aceitar o conjunto supérfluo de ordens vazias que povoam os meios de difusão.

 

Aceleração e Reação

 

As populações vão sentindo a frustração do futuro

 

e desconfiam cada vez mais de toda proposta que vá mais além do imediatismo.

 

Tudo isso vai acompanhado da dissolução de estruturas que até pouco tempo eram referenciais.

 

Documento Humanista

 

 

Mas entre as aspirações humanistas e as realidades do mundo de hoje

 

levantou-se um muro.

 

É chegado o momento, pois, de derrubá-lo.

 

Para isso é necessária a união

 

de todos os humanistas do mundo.

 

 

 Silo , abril de 2008


Vídeo em alta resolução   http://www.megaupload.com/?d=VCDKKLNX


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23 abril 2008

Spot do SILO em Português

Vídeo do SILO com duração de 5 minutos em Português.
 
 
É uma prévia do que será transmitido nos dias 26 e 27 de Janeiro em Caucaia.

__,_._,___

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16 abril 2008

Vídeo de SILO

Prévia de 04 minutos sobre o vídeo de SILO que será transmitido no dia 26 de Abril no Parque Caucaia
 
 
Junto com a transmissão será organizado um acampamento para  formação de novos militantes,
o encontro será aberto e gratuito.

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14 abril 2008

Fala SILO - Convite 26 abril

Fala SILO - Convite 26 abril de 2008

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28 março 2008

QUEM É SILO

Mario Luis Rodriguez COBOS (SILO)

Essa síntese foi enviada pelo mesmo Silo em uma atitude que foi reiterada: nunca tivemos um comentário biográfico feito pelo autor que excedesse a meia página. Por isso, o que vamos expor a seguir é uma sorte de referência biográfica não autorizada que se faz sob nossa responsabilidade e com o afã de dar alguma informação mais próxima à pessoa e à obra deste homem que falou e escreveu sobre todos os temas exceto sobre ele mesmo.

Em 1999, em um opúsculo intitulado O Pensamento de Silo, escreveu-se:

O ambiente de singularidade que rodeia a Silo não provém de suas idéias que, aceitáveis ou não, são claras e têm um discurso bem estruturado. Se terá que procurar as razões do mistério e a ambigüidade que o rodeia em três fatores, dois alheios a ele e um que lhe compete. Os fatores alheios: 1. o estado mental dos dirigentes argentinos, militares e civis, e 2. a atitude dos meios de comunicação locais. 3. O que é imputável a Silo é sua incômoda independência dos fatores de poder e o exercício de sua liberdade.

O primeiro em proibir e difamar a Silo foi o ditador Juan Carlos Onganía. Seus mais pertinazes perseguidores foram José López Rega, responsável pela banda parapolicial "triplo A" e Ramón J. Camps, genocida. Estes personagens perceberam que a prédica de Silo pela "não violência" colocava em perigo seus interesses e o sistema violento que defendiam. Assim, perseguiram suas idéias, ameaçaram e cometeram atentados e homicídios contra os membros do Movimento, gerados espontaneamente por essas idéias.

Por outra lado, Silo é um homem de hábitos singelos e austeros, alheio ao espetáculo do poder e à publicidade. Não é um homem de "relações midiáticas". Finalmente, pensou, escreveu e falou sobre todos os temas que interessam o ser humano, roçando ou incursionando decididamente no terreno da psicologia, da religião e da política, promovendo sempre a metodologia da "não-violência ativa" para a mudança social e pessoal. Em suma, feriu interesses, pôs os ridículos em seu lugar e ignorou as ofertas de fama. Mas o irritante para o Sistema é que Silo, embora ele não o proponha, é um líder, um Guia espiritual. Uma pessoa cuja conduta é inspiradora; cujas idéias preenchem um vazio e, sobretudo, dão uma orientação de futuro diferente.

"Que pense, venha e vá", foi a postura pragmática. Mas que um pensamento original, que abrange a existência e a experiência humana, suscite a adesão de pessoas muito diversas e dê lugar a uma organização de voluntários ativa e em crescimento, isso foi intolerável.

A perseguição correu sempre pela mesma via: tratou-se de diminuir méritos a suas contribuições, ocultaram-se seus escritos e ditos para plagiá-lo, tergiversaram-se suas idéias-força utilizando-as como slogans publicitários. Nada disso impediu que sua visão de mundo abrisse passagem e suas palavras chegassem ao coração das pessoas simples.

A intenção de degradar é a que subjaz nas diferentes injúrias feitas pelo poder. Não é, por certo, o olhar sem preconceitos dos acadêmicos russos que o distinguiram com o doutorado honoris causa em 1993.

A difusão de seu ideário não violento o levou, em 1981, a dar conferências em distintas cidades da Europa, gira esta que incluiu um ato na Índia. Foram sucessos difíceis de enquadrar, porque Silo deu sua mensagem diante de milhares de pessoas congregadas em salões e estádios, oficinas e em grandes espaços abertos, como a praia do Choupaty, em Bombay. Conheceu-se assim, o que eles mesmos denominaram a "corrente não violenta de raiz latino-americana". Posteriormente suas conferências tiveram por cenário universidades, centros culturais e vias públicas em quase todo mundo, obtendo uma adesão crescente que já envolve milhões de pessoas em 140 países.

Recentemente, a postura dos meios de comunicação massiva parece ter mudado e começa o reconhecimento de instituições, personalidades e meios de difusão na Europa, na Ásia e aos poucos, em toda América Latina. Os meios baixaram as barreiras do preconceito e se mostram dispostos a permitir a liberdade de expressão deste pensador. Em 2006, seu prédica pela Paz mundial, centrada no desarmamento nuclear, ganhou as praças, as ruas e, pela primeira vez, as telas de televisores, cinema e estádios. Hoje, são milhões os que escutam a Silo e muitos mais parecem se dispor a escutar um homem bom cuja palavra inspira suavemente o espírito.

Suas últimas exposições públicas na montanha se converteram em peregrinações massivas. Em 1999, ao comemorar o 30º aniversário de sua primeira arenga pública, umas quatro mil pessoas foram escutá-lo em "Punta de vacas", a desolada paisagem na Cordilheira dos Andes entre Chile e Argentina, onde falou pela primeira vez para umas duzentas pessoas. Em 2004 foram em torno de sete mil e em 2007 o número passou de 10 mil. O Parque ali construído recebe visitas permanentes e foi chamado pela imprensa "Atalaia da fé."

Desde 2002, ano em que Silo apresenta A Mensagem (um resgate da individualidade em acordo com seu olhar social solidário) foram surgindo em todo mundo Salas urbanas e parques. Estes espaços de meditação e inspiração espiritual estão desenvolvendo-se nos cinco continentes. Alguns deles são: Parque Punta de Vacas , La Reja, Kohanoff (Argentina), Manantiales (Chile), e Caucaia (Brasil); Rede Bluff na América do Norte; Attigliano e Toledo na Europa e, já iniciados os projetos, os Parques da Ásia e da África.

As referências pessoais que Silo dá são diretas: seu nome é Mario Luis Rodríguez Cobos, nasceu em Mendoza em 6 de janeiro de 1938. Está casado com a Ana Cremaschi, é pai do Alejandro e Federico e reside em um pequeno povoado (Chácaras de Coria) nos arredores da Mendoza. É escritor e, há alguns anos, abandonou parcialmente suas atividades agrícolas.

Suas principais obras publicadas são: Humanizar a Terra, Contribuições ao Pensamento, O dia do leão alado, Experiências guiadas, Mitos raízes universais, Cartas a meus amigos, Dicionário do Novo Humanismo, Fala Silo e Apontamentos de Psicologia. Também foram editados dois volumes de suas obras completas. Estes livros foram traduzidos e publicados nos principais idiomas, línguas e dialetos por editoras renomadas como Planeta e Plaza y Valdez e é leitura corrente de jovens contestatários da Nova Esquerda, de humanistas, ecologistas e pacifistas. A partir do ano 2002, Silo impulsiona "A Mensagem", uma dimensão espiritual.

Se tivéssemos que esquematizar um perfil, diríamos que Silo é o ideólogo de uma corrente de pensamento: Novo Humanismo ou Humanismo Universalista (ou Humanismo Siloísta, embora ele recuse esta denominação); um movimento político-social não violento: o Movimento Humanista, e uma expressão espiritual: A Mensagem.

A doutrina de Silo abrange, em suma, os temas fundamentais que interessam ao ser humano.

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17 março 2008

Evolução Humana

Vídeo inspirador sobre evolução, baseado em texto nosso. Disponível no youtube, pode ser localizado com os dizeres "misión de los 80 Silo". Grande abraço, Edu
Link para o vídeo:
 
 
Fonte do texto do vídeo:
Ato público

Pavilhão dos Sportes. Madri, Espanha.

27 de Setembro de 1981

 

(...)

Colocarei em imagens que cheguem no coração de cada qual.

Sucedeu há muito tempo que floresceu a vida humana neste planeta. Então, e com o correr dos milênios, os povos foram crescendo separadamente e houve um tempo para nascer, um tempo para gozar, um tempo para sofrer e um tempo para morrer. Indivíduos e povos, construindo, foram substituindo-se até que herdaram por fim a terra. E dominaram as águas do mar e voaram mais velozes que o vento e atravessaram as montanhas e com vozes de tormenta e luz de sol mostraram seu poder. Então viram de muito longe seu planeta azul, amável protetor velado por suas nuvens. Que energia moveu tudo? Que motor pôs o ser humano na história, senão a rebelião contra a morte? Porque já desde antigo, a morte como sombra acompanhou seu passo. E também desde antigo entrou nele e quis ganhar seu coração. Aquilo que no princípio foi continua luta movida pelas necessidades próprias da vida, depois foi luta movida por temor e por desejo. Dois caminhos se abriram: o caminho do sim e o caminho do não. Então, todo pensamento, todo sentimento e toda ação, foram conturbados pela dúvida do sim e do não. O sim criou tudo aquilo que fez superar o sofrimento. O não agregou dor ao sofrimento. Nenhuma pessoa, ou relação, ou organização ficou livre de seu interno sim e de seu interno não. Depois os povos separados foram ligando-se e, por fim, as civilizações ficaram conectadas; o sim e o não de todas as línguas invadiram de maneira simultânea os últimos cantos do planeta.

Como vencerá o ser humano a sua sombra? Por acaso fugindo dela? Por acaso enfrentando-a em incoerente luta? Se o motor da história é a rebelião contra a morte, rebela-te agora contra a frustação e a vingança. Deixa, por primeira vez na história de buscar culpados. Uns e outros são responsáveis do que uma vez fizeram, mas ninguém é culpado do que sucedeu. Tomara que neste juízo universal se possa declarar: "não existem culpados", e se estabeleça como obrigação moral para cada ser humano, reconciliar-se com seu próprio passado. Isso começará aqui hoje em ti e serás responsável de que isto continue entre aqueles que te rodeiam, assim até chegar ao último rincão da Terra.

Se a direção de tua vida nao tem mudado, necessitas fazê-lo; mas se já mudou necessitas fortalecê-la. Para que tudo isso seja possível, acompanha-me em um ato livre, valente e profundo que seja ademais uma reconciliação. Vai até teus pais, até seu ser amado, teus companheiros, amigos e inimigos e diga lhes com o coração aberto: "Alguma coisa grande e nova passou hoje em mim", e explica-lhes, então, esta mensagem de reconciliação. Gostaria de repetir estas frases: Vai até teus pais, até seu ser amado, teus companheiros, amigos e inimigos e diga lhes com o coração aberto: "Alguma coisa grande e nova passou hoje em mim", e explica-lhes, então, esta mensagem de reconciliação.

Para todos: Paz , Força e alegria.

SILO

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10 março 2008

Recomendações de SILO ao Movimento no momento atual

Recomendações de SILO ao Movimento no momento atual

28 de fevereiro de 2008


O liberalismo e o neo-liberalismo desapareceram. São todos monopolistas, centralistas, não existe o neo-liberalismo. O dia menos pensado não vão respeitar a propriedade privada e mudarão a economia para controlar tudo. Vão mexer com a propriedade privada, são todos monopolistas. O liberalismo está morto, são protecionismos, monopólios, dirigismos, centralismos, inclusive não seria surpresa  que se metessem com a propriedade privada no marco de uma economia dirigista em que tudo está controlado.

Parece que a coisa fosse simples, mas é mais complexa.

Há muitas coisas que estão em processo e não as podem parar, crise econômicas progressivas, o transbordamento das populações. Não poderão parar este processo com a polícia. Inclusive a gente da mesma geração começa a matar-se entre eles. Consideram os jovens como delinqüentes e mesmo às crianças como potenciais criminosos. Utilizam a polícia como "preventiva".

A criminalidade cresce. Como não vai crescer a criminalidade, como não?

Estão mal os podersos, estão muito loucos. Com seu fracasso nos narizes, tudo vai-lhes saindo mal. Estão muito raivosos e o mau é que nesses raivosos está a concentração do poder. Odeiam à humanidade. Imaginem que estado interno!... Enchem-se de pílulas para despertar, para levantar-se, para ir dormir, abominável!

Nós não temos nada a ver com isso, se eles fizerem uma confusão o que temos a ver? E as populações estão tão pouco esclarecidas que votam aos que os prejudica mais. Como é isso?

Assim que um pouco de tranqüilidade.

Mas, por aí andam os humanistas e o primeiro que deveríamos fazer é esclarecer minimamente o que é o Humanismo, o que fazemos, para onde vamos.? Isto merece ser feito! Ninguém explica nada. Esse é o Humanismo, é difícil, mas terá que ser feito, minimamente fomentar o esclarecimento: que coisas não fazem os humanistas, que coisas fazem. Isto não se faz em duas lições. Não é uma tarefa fácil, a gente não tem muito tempo, não estamos falando de coisas pesadas, um militante humanista deve estudar um pouquinho, deve poder explicar um pouquinho, alguém poderia dizer que vai perder tempo, que tem muita atividade. O humanista deve fazer esclarecimento interno para poder fazer esclarecimento externo e não render-se nesse momento em que ninguém esclarece a ninguém. Mas não terá que render-se nisto de esclarecer a outros. É uma das tarefas prioritárias refletir sobre o que está acontecendo, os humanistas algo podem fazer nesse campo: esclarecer. É uma tarefa a considerar. Outros dirão que há coisas mais importantes. Além de fazer coisas, convém esclarecer embora pareça uma perda de tempo.

Esta é uma das tarefas importantes do Humanismo, uma tarefa que hoje não está nas mãos de ninguém. É uma tarefa suave mas fundamental.

O que acontece é que nossa gente está imersa no meio e anda nesse clima. Tampouco os nossos são alheios à desestruturação, nem imunes ao sim e ao não. O sim e o não, estão em suas cabeças. Mas convém refletir sobre o que significa ser humanista, é o menos que se pode fazer. Há capacidade de reflexão e convém fazê-lo, não apenas slogans e fazer atividades sem direção.

Devemos fazer uma volta sobre nós mesmos: "a ação reflexiva". Sobre tudo nestas épocas de falta de direção. O humanismo tem que fazer uma reflexão sobre si mesmo, sobre tudo em momentos tão carentes. Um pouco de reflexão do Humanismo sobre o Humanismo, do militante sobre a militância. Que menos! É um desperdício, um despropósito, uma perda de energia, o fato de não fazer uma reflexão sobre si. Não sabemos como será isto, em que forma se fará, se serão fóruns, cursinhos, assembléias, seminários, etc... Que não se possa tocar este tema, é demais!

Os jovens estão colocados também neste meio. Alguém tem que fazer-se cargo deste assunto e outros não o vão fazer, isto não vai contra do ativismo. Senão terminamos repetindo slogans como a cretinagem.

O Humanismo no momento atual é sem dúvida e de longe o mais avançado pelo menos em matéria social.

Não falamos de algo pontual, mas sim de algo geral que deveríamos esclarecer, dando direção à sensibilidade, falar de nós.

Se o tema do esclarecimento não se discute porque não é tema, é um despropósito.

Nosso humanismo não é o de 500, 1.000 anos ou 2.000 anos atrás. Se não houver esclarecimento pode acontecer qualquer coisa. O Humanismo é algo grande, universal. Mas às vezes a gente se encerra em um Humanismo regionalista. O Humanismo é supra-cultural, basicamente é universalista. Agora que estão falando da diversidade, podemos falar.

O cuidado do Humanismo é uma coisa linda, não é que tenhamos que ser paternalistas. Mas se pode fazer uma reflexão. Depois terminará aplicando sua compreensão à prática concreta. Já existe uma pré-condição na cabeça da gente. Estes são processos e os humanistas estão metidos em um momento social e histórico. O sim e o não também estão nos humanistas. É uma coisa que deve ser considerada, valorizada. Como não vamos valorizar o esclarecimento?

Não é exatamente uma filosofia, mas sim uma sensibilidade. Hoje todos falam do global, do diverso. Devemos cuidar do Humanismo!

O Humanismo quanto a militância, posta em marcha de uma direção, necessita absolutamente ter uma estruturação. Move-se no mundo das pessoas, do sofrimento, da discriminação e merece esclarecer sua ação. Não é como a Mensagem. Não tem por quê ser desestruturado. Não pretenda estruturá-lo mantendo níveis e verticalidades; serão estruturas mais flexíveis, mas esclarecidas. São estruturas ao fim, que se comprometem com suas ações, mas essas estruturas tem que ser flexíveis, como bem o têm descoberto nossos amigos. Não tem por que pensar que é um desastre de estruturação. Não será a estrutura clássica, mas sim mais flexível, pessoas que concordam, que colocam ações em marcha. Não se está falando das mesmas estruturas de antes já que tudo se acelera e muda. Hoje devemos nos adaptar aos novos tempos e manter principalmente uma direção, e não de qualquer maneira. A direção tem que estar clara, o projeto deve estar claro, os prazos devem estar claros. Flexíveis mas com reflexão.

Não são estruturas frouxas, os Conselhos deveriam ter consistência mas ser flexíveis de acordo ao momento, não entrar na desestruturação da época, não pretenda se desestruturar. Não é por aí. A desestruturação vai avançando, não tem por que ser seguida como um exemplo. Não tem por que fazer o que as pessoas fazem, devemos reconhecer nossa identidade e reconhecer o que somos.

Faz falta claridade! São pessoas simpáticas as nossas, mas isso não é suficiente neste campo, nesta incerteza em que vivemos. Vê-se uma certa carência nos humanistas, não está bem. É parte de um processo, dir-se-á, mas vai chegar o momento da necessidade das pessoas, pedindo referências e como você vai responder? Ao perder toda referência, quase Pavlovianamente você se prende do primeiro que aparece. Socialmente se estão formando fortes tendências à busca de referências. É tamanha a desestruturação que há nas pessoas que isso vai acontecer e pode ser que os humanistas sejam a referência, já se está formando essa busca de referências. Se a gente estiver atento veremos que há um vento a favor. Tal confusão e tal desorientação necessariamente se vai produzindo em um mundo carente e os humanistas devem sabê-lo. Esclarecer. Criar fenômenos participativos de convergência, neste momento você pode estruturar melhor que antes, pode estruturar de maneira distinta e melhor que no momento anterior.

As estruturas não terá que as relacionar com verticalidades, com concentração de poder, são estruturas diferentes das do momento anterior. Agora pode mudar o passo, não antes. Há muitas coisas ao longo dos anos, há muitas coisa estruturada, há um estilo. Não o faça centralizando. Merece fazer-se!

Não o vai fazer seguindo os mandatos do momento atual: "rapazes, desestruturem-se!"; Não é assim, não é geléia.

E quando a gente comece a pedir-lhe orientação, respeito a como organizar-se, você vai pensar que se ficaram loucos.

Coloque direção nos atos humanos. É essencial ao ato humano a intencionalidade da consciência que dá direção. Sim que terá que estruturar, mas bem. Façamos uma coisinha a mais porque essa sensibilidade está.

As pessoas inteligentes de cada lugar saberão o que fazer. Você me diz que é orientador da diversidade desestruturada?

De que processo venho? Aonde vou? Vai dar direção, referência? Olhe que interessante tomar essa coisa da Mensagem e nos referir à coisa militante, de onde você vem todos estes anos.

Vamos lançar aos Parques estas idéias a todos, mas precisa de um impulso. Nos Parques, há humanistas, amigos, gente da Mensagem, militantes sociais, culturais, políticos. Tudo isto requer algum empurrãozinho. A transmissão mensal não vai dirigida aos grandes conjuntos humanos, às pessoas em geral, vai dirigida aos Parques.

Os humanistas têm uma coisa especial e perdê-la é um despropósito histórico.

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Logo, em pé, responde a uma pergunta...


Estamos em um momento difícil; perigoso, está-lhes saindo todo mal e podem fazer qualquer desastre. Estão furiosos, estão raivosos, isso não seria problema, mas esses que estão furiosos são os que têm o poder.

Diante de uma pergunta pontual, responde: "Os conjuntos existem e não somente os indivíduos desestruturados. Os conjuntos são muito importante. As estruturas verticais não necessariamente lhe permitem mover grandes conjuntos. Que cada um faça o que queira.

Diante de outra pergunta, responde: "Se as coisas mudarem abaixo, na forma de organização das estruturas, também deveriam mudar acima. Não pode mudar as formas abaixo e manter requisitos que correspondem a uma forma anterior de estruturação".

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19 janeiro 2008

Oficina sobre o Mito do Dinheiro

Oficina sobre o Mito do Dinheiro


Objetivo: Esclarecer o nosso ponto de vista sobre a crença fundamental de
toda nossa época.

Método: Cada oficineiro deve avaliar em que momento é mais adequado aplicar
e ou intercalar cada um dos itens abaixo adaptando conforme o tempo
disponível da oficina. No geral a oficina não deve durar mais de uma hora.


- Qual é a crença que todos no mundo compartilham?

- O dinheiro como valor central da nossa sociedade atual.

- Visão humanista acerca do dinheiro.

- Projetos pessoais X dinheiro, como fazer?

- O que é real e o que é ilusão?

- Novas propostas e alternativas.


PARA O ENQUADRE:
a.- Leitura de um parágrafo da apresentação de Mitos Raízes Universais

b.- Leitura de um parágrafo do Documento Humanista

c.- Carta sobre o tema do dinheiro, sua dependência e nossa necessidade de
autonomia.

d - Esclarecimento sobre as coletas.

PARA O TRABALHO PESSOAL 1:
Fazer por escrito:

a.- Em que e ou como ganho meu dinheiro...

b.- Em que e ou como gasto meu dinheiro...

c - Intercâmbio entre os participantes.

PARA O TRABALHO PESSOAL 2 :
Fazer por escrito:

a - Se eu tivesse muito dinheiro... o que eu faria? O que eu compraria?

b - Se eu tivesse muito dinheiro... seria feliz? Porque?

c - Anotar as cinco coisas mais importantes para minha vida...

d - Intercâmbio entre os participantes


a.- Leitura de um parágrafo da apresentação de Mitos Raízes Universais
Cada momento histórico conta com crenças básicas fortes, com uma estrutura
mítica coletiva, sacralizada ou não, que serve para coesão dos conjuntos
humanos, que lhes dá identidade e participação em um âmbito comum. Discutir
os mitos básicos da época significa expor-se a uma reação irracional de
diferente intensidade conforme seja a potência da crítica e a profundidade
da crença afetada. Mas, logicamente, as gerações se sucedem e os momentos
históricos mudam e assim o que em um tempo anterior era repelido, começa a
ser aceito com naturalidade como se fosse a verdade mais plena. Discutir no
momento atual o grande mito do dinheiro implica suscitar uma reação que
impede o diálogo. Rapidamente nosso interlocutor se defende afirmando, por
exemplo: "como é que o dinheiro é um mito, se é necessário para viver!" ou
então "um mito é algo falso, algo que não se vê, já o dinheiro é uma
realidade tangível mediante a qual se movem as coisas", etc. De nada servirá
que expliquemos a diferença entre o tangível do dinheiro e o intangível que
acreditamos poder conseguir com o dinheiro, não servirá que observemos a
distância entre um signo representativo do valor que se atribui às coisas e
a carga psicológica que esse signo tem. Já teremos nos convertido em
suspeitos. Imediatamente nosso oponente começa a observar-nos com um olhar
frio que passa por nosso vestuário, exorcizando a heresia enquanto calcula
os preços de nossa roupa que, indubitavelmente, custou dinheiro... reflete
em torno a nosso peso e as calorias diárias que consumimos, pensa no lugar
em que vivemos e assim sucessivamente. Nesse momento poderíamos abrandar
nosso discurso dizendo algo assim: "Na verdade há que distinguir entre o
dinheiro que se necessita para viver e o dinheiro que não é necessário"...
mas essa concessão chegou tarde demais. Depois de tudo, ali estão os bancos,
as instituições de crédito, a moeda em suas diferentes formas. Quer dizer,
distintas "realidades" que atestam uma eficácia que aparentemente nós
negamos. Bem vistas as coisas, nesta ficção pitoresca, não estamos negando a
eficácia instrumental do dinheiro, o estamos dotando de um grande poder
psicológico ao compreender que a esse objeto se atribui mais magia que a que
realmente tem. Ele nos dará a felicidade e de alguma maneira a imortalidade,
na medida que vá impedindo que nos preocupemos com o problema da morte. Este
mito dessacralizado muitas vezes operou perto dos deuses. Assim, todos
sabemos que a palavra "moeda" deriva de Juno Moneta, Juno Avisadora, ao lado
de cujo templo os romanos cunhavam, precisamente, a moeda. A Juno Moneta se
pedia abundância de bens, mas para os crentes era mais importante Juno do
que o dinheiro que da boa vontade deste derivava. Os verdadeiros crentes
hoje pedem a seus deuses diferentes bens e, portanto, também dinheiro.
Porém, se verdadeiramente crêem em sua divindade, esta se mantém no cume de
sua escala de valores. O dinheiro como fetiche sofreu transformações. Pelo
menos no Ocidente, durante muito tempo teve como respaldo o ouro, esse metal
misterioso, escasso e atrativo por suas especiais qualidades. A alquimia
medieval se ocupou em produzi-lo artificialmente. Era um ouro todavia
sacralizado ao que se atribuía o poder de multiplicar-se sem limite, que
servia como medicamento universal e que dava longevidade além de riqueza.
Também esse ouro moveu afanosas buscas nas terras da América. Não me refiro
somente a chamada "febre do ouro" que impulsionou aventureiros e
colonizadores nos Estados Unidos, e sim do Eldorado que alguns
conquistadores buscavam e que também esteve associado a mitos menores como o
da fonte da juventude.

Mas um mito de forte profundidade, faz girar em torno de seu núcleo os mitos
menores. Assim no exemplo que os ocupa, numerosos objetos estão
influenciados por cargas transferidas do núcleo central. O automóvel que nos
presta utilidade, é também um símbolo do dinheiro, do "status" que nos abre
as portas a mais dinheiro. Sobre este particular, Geeley diz: "Basta visitar
o salão anual de automóvel para reconhecer uma manifestação religiosa
profundamente ritualizada . As cores, as luzes, a música, a reverência dos
adoradores, a presença das sacerdotisas do templo (as modelos) a pompa e o
luxo, o desperdício de dinheiro, a massa compacta (tudo isto constituiria em
outra civilização em um ofício autenticamente litúrgico). O culto ao
automóvel sagrado tem seus fiéis e seus iniciados.O agnóstico não esperava
com mais impaciência a revelação oracular que o adorador do automóvel os
primeiros rumores sobre os novos modelos. Nesse momento do ciclo periódico
anual quando os pontífices do culto (os vendedores de automóveis), cobram
uma importância nova, ao mesmo tempo em que uma multidão ansiosa espera
impacientemente o advento de uma nova forma de salvação". Evidentemente não
estou de acordo com a dimensão que esse autor atribui a devoção pelo
fetiche-automóvel. Mas de todas as maneiras tem a virtude de aproximar-se da
compreensão do tema mítico em um objeto contemporâneo. Na verdade trata-se
de um mito dessacralizado e, portanto, talvez possamos ver nele uma
estrutura similar a do mito sagrado, mas justamente sem sua característica
fundamental de força autônoma, pensante e independente. Se o autor tem em
conta os ritos da periodicidade anual, também vale sua descrição para as
celebrações dos aniversários, Ano Novo, entrega de Oscar ou ritos civis
semelhantes que não implicam em uma atmosfera religiosa como ocorre nos
mitos sacralizados. Estabelecer as diferenças entre mito e cerimonial teria
sido importante, ainda que tal coisa escapasse a nossos objetivos imediatos.
Também teria sido de interesse estabelecer separações entre o universo das
vontades míticas e o das forças mágicas nos quais a oração é substituída
pelo rito de encantamento, mas também este tema está mais além do presente
estudo.

Quando consideramos um dos mitos dessacralizados centrais dessa época (me
refiro ao dinheiro), o tivemos em conta como núcleo de um sistema de
idealização. Imagino que os ouvintes não tenham imaginado uma figura
semelhante a que propõe o modelo atômico de Bohr na qual o núcleo é a massa
central ao redor do qual geram os elétrons. Na verdade o núcleo de um
sistema de idealizações tinge com suas peculiares características a grande
parte da vida das pessoas. A conduta, as aspirações e os principais temores
então relacionados com esse tema. A coisa vai ainda mais além: toda uma
interpretação do mundo e dos fatos conectam-se com o núcleo. Em nosso
exemplo, a história da humanidade tomará um caráter econômico e esta
história se deterá paradisíacamente quando cessarem os conflitos que
discutem a supremacia do dinheiro.

Enfim, tomamos como referência um dos mitos dessacralizados centrais para
nos aproximarmos do possível funcionamento dos mitos sagrados de que fala
nosso livro.

Existem, de todas maneiras, grandes distâncias entre um sistema mítico e
outro porque o luminoso, o divino, falta completamente em um deles e isso
põe diferenças difíceis de elucidar. Seja como for, as coisas estão mudando
a grande velocidade no mundo de hoje e assim, me parece ver que se fechou um
momento histórico e se está abrindo outro

Se alguém me perguntasse cabalmente se espero o surgimento de novos mitos
diria que isso, precisamente, está ocorrendo. Somente peço que essas forças
tremendas que desencadeiam a história sejam para gerar uma civilização
planetária e verdadeiramente humana em que a desigualdade e a intolerância
sejam abolidas para sempre. Então, como disse um velho livro, "as armas
serão convertidas em ferramentas de trabalho".

Nada mais, muito obrigado.

(Do Livro Cartas aos meus amigos, de Silo:. Carta 6)

O CAPITAL MUNDIAL
Eis a grande verdade universal: o dinheiro é tudo. O dinheiro é governo, é
lei, é poder. É, basicamente, subsistência. Mas além disso, é a Arte, é a
Filosofia e é a Religião. Nada se faz sem dinheiro; nada se pode sem
dinheiro. Não há relações pessoais sem dinheiro. Não há intimidade sem
dinheiro e até a solidão repousada depende do dinheiro.

Mas a relação com essa "verdade universal" é contraditória. As maiorias não
querem este estado de coisas. Estamos, pois, perante a tirania do dinheiro.
Uma tirania que não é abstrata porque tem nome, representantes, executores e
procedimentos indiscutíveis.

Hoje não se trata de economias feudais, nem de indústrias nacionais; nem
sequer de interesses de grupos regionais. O que hoje se passa é que aqueles
sobreviventes históricos acomodam a sua parcela aos ditames do capital
financeiro internacional. Um capital especulador que se vai concentrando
mundialmente. Desta maneira, até o Estado nacional requer crédito e
empréstimo para sobreviver. Todos mendigam o investimento e dão garantias
para que a banca se encarregue das decisões finais. Está a chegar o tempo em
que as próprias companhias, assim como os campos e as cidades, serão
propriedade indiscutível da banca. Está a chegar o tempo do Para-Estado, um
tempo em que a antiga ordem deve ser aniquilada.

Paralelamente, a velha solidariedade evapora-se. Em suma, trata-se da
desintegração do tecido social e do advento de milhões de seres humanos
desconectados e indiferentes entre si, apesar das penúrias gerais. O grande
capital domina não só a objetividade, graças ao controlo dos meios de
produção, como também a subjetividade, graças ao controlo dos meios de
comunicação e informação. Nestas condições, pode dispor a seu gosto dos
recursos materiais e sociais tornando irrecuperável a natureza e descartando
progressivamente o ser humano. Para isso conta com a tecnologia suficiente.
E assim como esvaziou as empresas e os estados, esvaziou a Ciência de
sentido convertendo-a em tecnologia para a miséria, a destruição e o
desemprego.

Os humanistas não necessitam de abundar em argumentos quando enfatizam que
hoje o mundo está em condições tecnológicas suficientes para solucionar, em
curto espaço de tempo, os problemas de vastas regiões no que respeita a
pleno emprego, alimentação, saúde, habitação e instrução. Se esta
possibilidade não se realiza é simplesmente porque a especulação monstruosa
do grande capital a está impedindo.

O grande capital já esgotou a etapa de economia de mercado e começa a
disciplinar a sociedade para enfrentar o caos que ele mesmo produziu.
Perante esta irracionalidade, não se levantam dialeticamente as vozes da
razão, mas sim os mais obscuros racismos, fundamentalismos e fanatismos. E
se este neo-irracionalismo vai liderar regiões e coletividades, então a
margem de ação das forças progressistas fica dia-a-dia mais reduzida. Por
outro lado, milhões de trabalhadores já tomaram consciência, tanto das
irrealidades do centralismo estatista, como das falsidades da democracia
capitalista. E assim acontece que os operários se levantam contra as suas
cúpulas sindicais corruptas, do mesmo modo que os povos questionam os
partidos e os governos. Mas é necessário dar uma orientação a estes
fenômenos, pois de outro modo estancar-se-ão num espontaneísmo sem
progresso. É necessário discutir no seio do povo os temas fundamentais dos
fatores de produção.

Para os humanistas existem como fatores de produção o trabalho e o capital,
e estão a mais a especulação e a usura. Na atual situação, os humanistas
lutam para que a absurda relação que tem existido entre esses dois fatores
seja totalmente transformada. Até agora, impôs-se que o lucro seja para o
capital e o salário para o trabalhador, justificando tal desequilíbrio pelo
"risco" que assume o investimento... como se o trabalhador não arriscasse o
seu presente e o seu futuro nos vaivens do desemprego e da crise. Porém,
além disso, está em jogo a gestão e a decisão na orientação da empresa. O
lucro não destinado ao reinvestimento na empresa, não dirigido à sua
expansão ou diversificação, deriva para a especulação financeira. O lucro
que não cria novas fontes de trabalho, deriva para a especulação financeira.
Por conseguinte, a luta dos trabalhadores tem que dirigir-se a obrigar o
capital ao seu máximo rendimento produtivo. Mas isto não se poderá
implementar a menos que a gestão e a direção sejam partilhadas. De outro
modo, como se poderia evitar as demissões em massa, o encerramento e o
esvaziamento empresarial? Porque o maior dano está no subinvestimento, na
falência fraudulenta, no endividamento forçado e na fuga de capital; não nos
lucros que se possam obter como conseqüência do aumento da produtividade. E
se insistisse no confisco dos meios de produção por parte dos trabalhadores,
seguindo os ensinamentos do século XIX, deveria ter-se também em conta o
recente fracasso do Socialismo real.

Quanto à objeção de que enquadrar o capital, tal como está enquadrado o
trabalho, produz a sua fuga para pontos e áreas mais proveitosas, deve
esclarecer-se que isto não acontecerá durante muito mais tempo, já que a
irracionalidade do esquema atual leva-o à sua saturação e à crise mundial.
Essa objeção, além do reconhecimento de uma imoralidade radical, desconhece
o processo histórico da transferência do capital para a banca, resultando
disso que o próprio empresário se vai convertendo em empregado sem decisão
dentro de uma cadeia em que aparenta autonomia. Por outro lado, à medida que
se torne agudo o processo recessivo, o próprio empresariado começará a
considerar estes pontos.

Os humanistas sentem a necessidade de atuar não só no campo trabalhista como
também no campo político para impedir que o Estado seja um instrumento do
capital financeiro mundial, para conseguir que a relação entre os fatores de
produção seja justa e para devolver à sociedade a sua autonomia arrebatada.


C - Carta de Dario sobre o tema do dinheiro, sua dependência e nossa
necessidade de autonomia:

Una de las características mas importantes de la organización humana que
estamos construyendo, es su total independencia de los poderes establecidos;
en particular es completamente independiente del poder económico. Aquí no
hay ningún banco ni multinacional que pueda presionarnos ni exigirnos nada.
Porque no les debemos nada y nuestra actividad es independiente de su dinero
y de su poder. Esto es posible gracias a que el Movimiento se financia
solamente con el aporte de sus miembros que ocurre dos veces al ano.

Como estamos sumando gente para construir y fortalecer esta organización,
talvez este punto de vista sea de utilidad para que la colecta no sea una
postergación de la integración.

PARA O ESCLARECIMENTO:
Leitura formativa: O que é o dinheiro no pensamento humanista?

Cada momento histórico conta com crenças básicas fortes que serven para que
os conjuntos humanos se identifiquem, compartilhem e participem de um espaço
comum. São crenças importantes para os grupos humanos, por isso não é fácil
discutí-las. Mas são criações dos mesmos seres humanos, nós mesmos os
criamos, porque nos dão identidade e seguridade como sociedade. O assunto é
que, por serem criações dos próprios seres humanos, também são históricas,
mudam de geração em geração.


Por exemplo, fazem não muitos anos, tínhamos uma profunda crença de que as
mulheres deviam ficar em casa, criando os filho e os homens deviam conseguir
o dinheiro para manter a casa. Agora, porque as condições históricas
mudaram, mudaram as condições econômicas e também as crenças sobre a função
da mulher na sociedade, as mulheres também se profissionalizam, trabalham...
E os homens aprendem a criar

os filhos, a cozinhar... enfim. Percebem o poder das crenças?


Bom. Pois nós afirmamos que o atual sistema, ou melhor, os seres humanos que
sustentam o atual sistema, o modelo econômico no qual vivemos, tem inventado
e continuam fortalecendo todo um sistema de crenças ao redor do DINHEIRO. O
DINHEIRO é neste sistema um valor básico, ao redor dele gira a felicidade
dos homens e mulheres... O que não tem dinheiro não é ninguém, não é nada,
está ferrado. O atual sistema nos tem feito acreditar, entre outras muitas
coisas, que valemos pelo que temos e não pelo que somos e pior ainda, que
quanto mais dinheiro tivermos, mais valemos e mais felizes podemos ser, e
vão gostar mais da gente e mais sucesso teremos e mais um montão de
coisas... Conseguem recordar exemplos concretos disto que estamos falando?


"Estamos diante da tirania do dinheiro. Uma tirania que não é abstrata
porque tem nome, representantes, executores e procedimentos
indiscutíveis..."


Esclarecimento sobre a coleta:


Uma das características mais importantes da organização humana que estamos
construindo, é sua total independência dos poderes estabelecidos; e em
especial é completamente independente do poder econômico. Aqui não há nenhum
banco nem multinacional que possa nos presionar nem exigir nada. Porque não
lhes devemos nada e nossa atividade não depende de seu dinheiro e de seu
poder. Isto é possível porque o Movimento se financia somente com a
contribuição de seus membros que acontece duas vezes por ano.

Como estamos somando pessoas para construir e fortalecer esta organização,
talvez este ponto de vista seja útil para que a coleta não seja motivo para
adiar a integração de novos membros.


...Uma vez estabelecido claramente que, para nós, o problema da injusta
distribuição das riquezas, é um problema social de fundo que deve ser
modificado numa sociedade humanista, queremos também destacar alguns
aspectos que dizem respeito à nossa relação pessoal com este tema. Frente a
palavra dinheiro, como frente a todo conceito, cada um de nós toma una
posição e a partir dessa posição elabora sua conduta no mundo.

Assim, existe una postura mágica na qual o crédulo ingênuo não considera o
dinheiro em seus planejamentos e acredita que aparecerá magicamente quando
for necessário. Estas pessoas geralmente estão endividadas mais além do que
podem pagar e a única resposta que lhes parece possível é ganhar algum
prêmio na loteria ou nos jogos de azar, o que lhes permitiria resolver sua
situação, enquanto isso deverão trabalhar dia e noite para pagar seus
cobradores.


Também existem aqueles que sobredimensionando o poder do dinheiro, olham
todo o plano e ação no mundo, desde a perspectiva de quanto custa e quais
são os benefícios obtidos com tal plano ou ação. Por esta vía sua atividade
no mundo se reduz a cuidar de seu dinheiro, empurrado pelo medo de não ter
dinheiro. Assim as relações pessoais logo vão sendo contaminadas por este
olhar , com as conseqüências conhecidas de coisificação dos outros e de si
mesmo, e o registro de solidão crescente.

Para nós o dinheiro é um meio (por agora ) para conseguirmos recursos
necessários para nossa sobrevivência e para levar adiante a intencionalidade
de cada um, resultando então que o prioritário é "o para que", o projeto que
quero construir, depois virão os recursos necessários para essa construção e
finalmente se pensará nos meios para conseguir esses recursos se não os
tivermos, pondo assim a intencionalidade humana como fator transformador das
mal chamadas condições objetivas.

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