06 fevereiro 2008

Índia lembra morte de Mahatma Gandhi

Parte das cinzas de Mohandas K. Gandhi, líder independentista da Índia e um
ícone mundial da luta pela paz, foi depositada no mar por uma bisneta dele,
nesta quarta-feira, dia em que o país lembrou os 60 anos do assassinato de
Gandhi.

O líder da independência indiana, conhecido também como Mahatma (ou a
"Grande Alma"), foi morto a tiros por um extremista hindu em 1948, após
participar de uma celebração religiosa em Nova Délhi. Urnas contendo as
cinzas do corpo cremado dele espalharam-se entre seguidores de todo o país
para serem colocadas em memoriais.


Na quarta-feira, uma dessas urnas foi atirada nas águas que banham Mumbai
por uma neta do filho mais velho de Gandhi, Harilal, que esteve afastado do
pai até a morte dele e que não participou dos funerais do líder pacifista.


Mas, em um gesto simbólico de superação daquela desavença, decidiu-se dar à
família de Harilal a oportunidade de participar de algum tipo de rito
funerário de Gandhi.


A conturbada relação de Harilal com o pai ilustre foi transformada em tema
de vários livros, filmes e peças de teatro. Harilal converteu-se ao
islamismo, aparentemente para irritar o pai.


O filho mais velho de Gandhi, segundo relatos, desentendeu-se com o pai
porque este não quis enviá-lo para estudar no exterior. Pobre e alcoólatra,
Harilal morreu sozinho em um estado extremo de penúria depois de passar seus
últimos dias de vida morando nas ruas de Mumbai.


"Hoje é um dia emocionante para nós", disse Neelam Parikh, 75, neta de
Harilal, após atirar as cinzas de Gandhi no mar.


Observando as tradições hindus, a urna com as cinzas foi levada para o mar
da Arábia em um barco decorado. Antes, havia sido carregada durante uma
pequena passeata que saiu do museu onde era mantida.


O dono da urna entregou-a para o museu Mani Bhawan Gandhi Sangralaya para
que ficasse em exposição, mas a família de Gandhi protestou e exigiu que as
cinzas fossem depositadas no mar.


Dhirubhai Mehta, um funcionário do museu, afirmou ser impossível dizer
quantas urnas com as cinzas de Gandhi ainda existem.


O dia dos 60 anos da morte do líder indiano foi marcado por celebrações
religiosas em toda o território indiano. Uma grande cerimônia ocorreu na
casa onde Gandhi foi morto, meses depois de ter liderado a Índia no processo
pelo qual o país, em uma luta pacifista, libertou-se do domínio britânico.

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