24 março 2008

Passeata Estudantil no RJ dia 28 de Março

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)
 
"A Rio Branco vai ficar vermelha dia 28 de março"

Essa frase do estudante Luis Arthur da História da UFF, dita durante a reunião da Plenária dos Movimentos Sociais, realizada na noite dessa quarta, dia 19, no Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, no Centro do Rio, dá bem o tom do que pretende o movimento estudantil no ato de 28 de março pelos 40 anos da morte de Edson Luís. A idéia é realizar a maior manifestação pública dos últimos tempos no Rio de Janeiro.

A discussão e planejamento do 28 de março foi o primeiro ponto de debate na reunião. Embora, a data corresponda ao Dia Nacional da Luta dos Estudantes, em função de nesse dia, no ano de 1968 ter sido assassinado pela ditadura militar o estudante Edson Luis, a Plenária dos Movimentos Sociais, que reúne entidades sindicais, comunitárias, estudantis, das mais diferentes tendências e temáticas, decidiu incorporar essa manifestação como prioridade. O eixo do ato é contra a violência dos governos. A proposta é envolver as diferentes bandeiras específicas de cada movimento nesse referencial.

"Esse é um ato contra a violência policial que mata nosso povo, contra a violência da falta de educação, de saúde, de terra, de trabalho. Contra a matança da população das favelas. Contra o caveirão. Por isso, todo mundo precisa trazer, no dia 28, tinta guache vermelha para pintar as ruas do Centro do Rio. Para mostrar simbolicamente para a população o sangue que a grande imprensa e nossos governantes querem esconder." - convoca Luis Arthur, que faz parte da comissão organizadora do ato.

A manifestação também pretende denunciar a hipócrita inauguração por parte do governador Sérgio Cabral e dos governos municipal e federal, de um busto em homenagem a Edson Luís. É em contraposição a isso e a falácia desses governos tão assassinos e autoritários quanto foram os do regime militar, que os movimentos sociais estão convocando essa grande passeata, que tem concentração marcada para meio-dia, na Candelária, Centro do Rio.

Além da violência e da criminalização da pobreza, outras bandeiras foram somadas ao ato, entre elas: a defesa do passe livre, da educação e saúde pública, da reforma agrária, das habitações dignas, da democratização da comunicação, contra as privatizações (como do petróleo e gás brasileiros), contra as fundações privadas nos hospitais públicos, contra o falso programa de expansão do ensino superior (REUNI), que na verdade representa o fim da universidade pública de qualidade e um profundo ataque à pesquisa e extensão transformadora dentro das universidades.

Antes da passeata, foi marcada uma nova reunião para o dia 24 de março, segunda-feira, às 18h, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS), no Largo do São Francisco, Centro do Rio. A idéia desse encontro é ser um espaço para fechar os últimos detalhes da organização e agitar os movimentos para a semana que precisa ser de muito debate e mobilização.

Após da discussão dos 40 anos da morte de Edson, a Plenária dos Movimentos Sociais ainda debateu algumas questões organizativas que ficaram pendentes do Seminário realizado em 1º e 2 de março. Encaminhou-se responsáveis para começar a efetivar as comissões de comunicação, formação, cultura e juventude. Inclusive, a de comunicação, que começará montando um jornal do Seminário, tem seu primeiro encontro marcado para quarta, 26 de março, às 17h, na sede da ONG Justiça Global (Av. Beira Mar, 406, sala 1207, Centro do Rio). O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) assumiram a função de secretaria operativa da plenária.

A próxima reunião da Plenária dos Movimentos Sociais foi agendada para dia 2 de abril, quarta-feira, às 18h, no SEPE, Rua Evaristo da Veiga, 55, 7º andar, Centro do Rio. A discussão prioritária será a organização do Dia do Trabalhador, 1º de maio (já foram levantadas algumas questões, como se terá um ato único, se serão manifestações descentralizadas ou se pela manhã haverá atos diversos e a tarde um unificado). Além disso, a proposta é que se organize o calendário de luta conjunto dos movimentos sociais para abril, maio e junho.



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