ASSEMBLÉIA POPULAR SP
Assembléias Populares e os desafios do trabalho de base
Encontro Estadual dias 9 e 10 de fevereiro de 2008
O sentido geral do encontro foi o de motivar trabalho de base a partir da AP, refletindo o fortalecimento do poder popular, com base na leitura de que nosso momento anterior pautou mais profundamente as articulações, sendo, este período o momento fundamental de construir compreensões comuns/ consensos acerca dos princípios que orientam as práticas de trabalho de base e seu acúmulo na construção do Poder Popular e do Projeto Popular. Esta temática acompanha o debate nacional
Objetivo Geral
Motivar a reflexão sobre trabalho de base, a partir da AP
Objetivos Específicos
- Aprofundar o debate sobre a construção do poder popular
- Indicar delegados para Assembléia Popular nacional
- Consolidar um grupo de reflexão contínua sobre o trabalho de base
Proposta metodológica
1) Reflexão sobre os princípios que animam os trabalhos de base dos coletivos presentes no encontro ↔ construir compreensão comum dos princípios ↔ aprofundar os princípios comuns ↔ 2) aprofundar compreensão sobre poder popular como síntese dos princípios aprofundados ↔ 3) refletir em que medida a Assembléia Popular contribui para fortalecer o poder popular ↔4) sentido de termos um gpo permanente de reflexão sobre trab de base ( formar este grupo)
Dia 9/02
MANHÃ
Reflexão em grupos: Quais os princípios que orientam os nossos trabalhos de base?
GRUPO 1
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Conseguir perceber e respeitar as experiências das pessoas
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Vivenciar a educação popular
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Solidariedade entre os movimentos
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Ter clareza dos nossos princípios éticos
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Não levar propostas prontas, mas, construí-las coletivamente
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Envolver a classe enquanto participante do processo
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Contribuir para resgatar o valor e a auto-estima das pessoas
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É preciso termos clareza na opção de classe ( gênero, raça, socialismo, etc...)
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Desmontar os preconceitos
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Valorizar a expressão corporal e aquilo que vamos acumulando no dia a dia
GRUPO 2
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Articulação, buscando construir unidade
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Partir da realidade
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Articular a esfera da cultura e da política
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Escutar o povo, buscar sentido para a AP
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Construir juntos
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Valorização dos aspectos subjetivos ( humanização)
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Respeito pelo conhecimento do outro
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Vivenciar o trabalho de base
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Acolher o outro
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Ousadia
GRUPO 3
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Não abrir mão da autonomia dos grupos com os quais trabalhamos
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Fortalecer a identidade do coletivo
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Respeitar a caminhada e a necessidade do grupo e, também, do indivíduo
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Não abrir mão das visitas às casas, de conversar diretamente com as famílias e do diálogo
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Partir sempre da realidade/necessidade do povo/coletivo
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Incentivar a solidariedade
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Adotar a pedagogia do exemplo e do testemunho
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Não abrir mão de transformar a realidade a partir dos trabalhos de base
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Não abrir mão de esclarecer o momento político , ou seja, sempre fazer uma análise de conjuntura ;
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Ter paciência histórica e, também, uma compreensão histórica do processo
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Não cair em basismos
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Ter o estudo como um princípio ( a gente leva a cartilha para o povo, mas, nem nós mesmos, conseguimos estudá-la
Diálogo em Plenária
Síntese dos PRINCÍPIOS (o que é comum entre os grupos):
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Partir sempre da realidade/necessidade do povo/coletivo, sem impor propostas prontas, conhecendo lutas locais e respeitando a caminhada, buscando estabelecer o diálogo entre o micro-macro-micro;
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Buscar a máxima coerência entre o dizer e o fazer
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Partir da visão de mundo do outro, na busca do diálogo
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Respeito ao outro e à construção de sua autonomia e identidade (individual e coletiva)
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Solidariedade entre movimentos coletivos na construção de unidades de lutas, orientados pela clareza de princípios éticos
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Conceber a cultura enquanto relação social e enquanto manifestação política
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Ousadia enquanto superação das relações opressoras de poder / superação das velhas formas de atuação política
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Não abrir mão de transformar a realidade a partir dos trabalhos de base, como exigência da construção da identidade de classe
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Formação contínua, buscando a práxis (ação reflexão ação)
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Valorizar o outro enquanto sujeito histórico, sem cair em basismos, buscando a radicalização da democracia
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Radicalização da democracia , enquanto exercício do poder popular
TARDE
Reflexão nos mesmos grupos:
1- A AP , tal qual ela é hoje, nos permite a vivência destes princípios? Sim ? Não ? Se não , o que precisamos mudar na nossa prática?
2- Qual a relação destes princípios com a construção do poder popular?
GRUPO 1
1 Sim, porém , precisamos de mais tempo para desenvolver esses princípios
2 - Compromisso Popular
- O mínimo que fazemos, já incomoda o sistema capitalista
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Maior abertura para o diálogo com a população
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Não conseguimos unidade local e seguimos fazendo o que sempre fizemos
GRUPO 2
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Não!
- A AP não obteve um enraizamento
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Não partiu da realidade local
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Não houve mecanismos de aproximação com a base
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Não priorizamos o trabalho de base e isso nos comprometeu
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Falta de continuidade nas atividades
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O Comprometiomento das organizações também foi frágil
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Temos que efetivar o trabalho de base, se quizermos que a AP sobreviva
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É preciso clarear a metodologia da AP
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A construção do poder pular é a síntese disso tudo
GRUPO 3
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Estes princípios ainda não são vivenciados na AP. Para tanto, é preciso:
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priorizar os trabalhos de base
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organizar APs temáticas, sempre priorizando ações concretas, diretas
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Construir uma identidade para a AP
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Devemos ir de porta em porta, convidando a população para a AP do bairro
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A AP deve ser um espaço de exercício de poder popular e da participação direta
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A AP não pode ser um "peso" para as entidades, uma tarefa a mais. Ela precisa, também, encontrar formas de fortalecer os trabalhos das entidades
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Discussão dos problemas locais
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Provocar ações diretas sobre os problemas levantados
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Meios de comunicação alternativos, como instrumentos de construção do poder popular
DELIBERAÇÕES
MOBILIZAÇÃO :
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Priorizar vivências de trabalho de base
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Mobilizar por bairros (territórios e/ou campos de atuação)
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Partir da realidade local
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Promover, necessariamente, ações locais
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Buscar diálogo com os eixos temáticos
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Realizar processos contínuos, permanentes e perseverantes
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Construir unidade local
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Considerar, sempre, o sentido cumulativo dos processos de mobilização e buscar fazer desta, alho permanente e não pontual
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Priorizar a organização daqueles que não estão organizados
FORMAÇÃO:
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Mobilização
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Ação
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Estudo ( no sentido de promover uma reflexão da ação: práxis)
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Troca de experiências ( intercambio, partilha , vínculo)
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Mística
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Avaliação e auto-crítica
ORGANICIDADE
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Manter a secretaria operativa, com reuniões quinzenais
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Manter os espaços de coordenação nacional e estadual, abertos e ampliados
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Manter a organização a partir das macros
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A AP está se constituindo enquanto um instrumento político de massas. Assim sendo, contém, em si, uma cultura política que queremos disseminar, ampliar.
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