Como todo movimento é algo que muda, que se transforma.
O Movimento não é como uma pedra. Não é algo fixo, é algo em transformação e que tem que ver com a transformação das pessoas.
As pessoas não são algo fixo como uma pedra. As pessoas estão por outro lado estão em contínua transformação.
Mas o Movimento não só tem a ver com a mudança nas pessoas, tem a ver com a mudança nas sociedades. As sociedades não são algo quieto, como as pedras. As sociedades estão em transformação.
O Movimento tem a ver com as mudanças nas pessoas e nas sociedades. O Movimento é um processo, não é algo quieto, como as pedras. É um estilo de vida, é um modo de relação entre as pessoas que não aceita as divisões administrativas dos países, as raças, as nacionalidades, porque considera que a população humana está em transformação, e que se vai a uma sociedade humana total, global.
O Movimento é uma débil voz dos que não têm voz.
O Movimento é uma pequena luz que se engrandece à medida que passa o tempo.
O Movimento é um clamor dos povos que hoje se escuta muito debilmente.
O Movimento, mas que uma idéia é uma nova sensibilidade.
Não definimos ao Movimento como uma nova idéia. O definimos como um novo modo de sentir.
Houveram numerosas idéias que foram muito interessantes. Hoje os governos, as instituições e os grupos humanos usam idéias muito interessantes. Mas não captam a nova sensibilidade que se está gestando nos povos.
Os governos dizem: "estamos em um sistema de igualdade", mas os povos sentem "teu não nos trátas com igualdade".
Os governos dizem "temos idéias de liberdade", mas os povos sentem "teu não nos trátas com liberdade".
Os governos dizem "temos idéias de fraternidade", mas os povos sentem "teu não nos trátas com fraternidade".
Alguns falam de "deus como o mais importante". Mas os povos dizem "não vê a deus em nós".
Todos falam da "amizade" mas os povos dizem: "teu não nos trátas com amizade".
De maneira que tu tens idéias e são boas idéias, mas de nada valem essas idéias se não há uma nova sensibilidade, onde essas idéias devem cumprir-se.
Se vai mudar o homem e vai mudar a sociedade é porque vai mudar basicamente uma sensibilidade humana e não um sistema de idéias.
De maneira que é inútil que se iniciem novas idéias porque atrás disso os povos suspeitam que essas novas idéias nada têm a ver com o trato para eles.
Nós somos essa nova sensibilidade.
Nós somos esse novo clamor.
Mas esse clamor que está nos povos a cada dia mais, de um modo difuso, esse clamor necessita tomar direção.
Se vamos a cada pessoa em cada país do mundo, essa pessoa tem um grande vazio, essa pessoa tem uma divisão interna entre essas coisas da cabeça, essas idéias e essas coisas que sente.
E essas pessoas isoladas, estão divididas e separadas.
Mas todos eles estão tendo uma mesma sensibilidade.
E é um mesmo clamor que seguramente com os tempos, vai ganhando espaço.
Este espaço não pode ser formulado em termos individuais porque é um espaço social. O clamor dos povos é para conquistar um espaço social.
Este espaço não pode ser formulado em termos individuais porque é um espaço social. O clamor dos povos é para conquistar um espaço social.
Nós representamos os primeiros sintomas de um fenômeno que vai tomar direção.
O Movimento é também a direção desse clamor social.
Muitas coisas é o Movimento, mas não é algo fixo, algo quieto como uma pedra.
(Silo, 1991)
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