13 dezembro 2007

Ato de apoio à Bolivia

Nossa América Latina, há décadas, vinha estagnada, sem
renovação e com toda sua energia retida e condicionada pelos
mesmos poderosos de sempre.
 
Uma minoria que controla o poder tinha em curtas rédeas os
processos político, econômico e social, manipulando todo o
desenvolvimento para benefício próprio. Mas existe algo que
não se manipula: o impulso de lutar por melhores condições
de vida para todos, com dignidade, solidariedade e igualdade.
Algo está acontecendo no nosso continente. Os povos estão se
organizando em inúmeros movimentos e organizações.
 
Campesinos, estudantes, trabalhadores, mulheres, indígenas,
jovens e lutadores sociais atuam dia a dia para transformar
a estrutura violenta, discriminadora e opressiva a que
estamos submetidos.
 
Está surgindo uma nova sensibilidade, uma busca pela
integração entre os povos, que se faz mais forte nas
corações e mentes das populações; um resgate e valorização
das culturas e da vida humana. Uma sensibilidade que não
divide mais os povos e a própria sociedade segundo classes,
facções e poderes, e que anseia por uma unidade calcada no
diverso.
 
Essa busca por mudanças fez com que se elegesse, pela
primeira vez na história da Bolívia, um legítimo
representante dos povos originários, Evo Morales Ayma. Uma
pessoa que está afinada com essa nova sensibilidade que
falamos. Segundo o próprio Evo se define: "eu não sou
esquerdista nem direitista. Sou humanista". E nós, do
Movimento Humanista, reconhecemos Evo Morales como um
representante das nossas aspirações de não-violência, não-
discriminação e ser humano como valor central, tanto pelo
que ele declara quanto por suas ações desde que assumiu a
presidência.
 
Evo unificou a luta e canalizou um sentimento comum por
mudanças concretas - foi apoiado não somente pelas
comunidades indígenas, mas por múltiplas organizações
sociais, setores da classe média, universitários, sindicatos
e organizações de bairro muito ativas.
 
Em seu primeiro ano, Evo Morales, produz mudanças profundas:
coloca em andamento a Assembléia Constituinte para promulgar
uma Constituição Democrática, nacionaliza os hidrocarburetos
para devolver os direitos aos povos indígenas, leva adiante
uma reforma agrária e incorpora a justiça comunitária.
 
Evo propõe o diálogo e a "união na diversidade" afirmando a
igualdade de direitos para todos, sem discriminação; propõe
a "cultura da vida" com a proposta inédita feita por um
presidente de incluir na nova constituição a renúncia à
guerra como meio de resolver conflitos;
 
Fez "real" a democracia, dando espaço e voz ativa à
participação popular, além de propor referendos e a
possibilidade de revogação do mandato de políticos que
traiam o povo.
 
Evo Morales atua de forma totalmente diferente dos políticos
tradicionais, porque cumpre suas propostas, dialoga com o
povo e lhe dá voz ativa, fazendo com que as demandas justas,
urgentes e necessárias se efetivem, transformando a
estrutura oligárquica e opressiva da Bolívia em uma outra
sociedade, sem hipocrisias. Sua declaração "estou no governo
e não no poder", revela o reconhecimento da limitação do
Estado face a força do poder econômico e das oligarquias.
 
Por tudo isso, apoiamos a Bolívia em seu processo de
transformações, apoiamos a Assembléia Constituinte a o
governo humanista de Evo Morales.
 
Denunciamos a manipulação, e a má fé que a grande mídia
internacional e brasileira vem sistematicamente exercendo,
com difamações à figura de Evo, com acusações infundadas e
fraudulentas, com a clara intenção de omitir o processo
revolucionário que acontece hoje na Bolívia. Igualmente
denunciamos os mandantes, os condutores de fantoches que
estão por trás dos telejornais: as multinacionais, as
companys, e a temerosa minoria, que insiste em reter todo o
progresso social para seu benefício.
 
Nós, humanistas universalistas, não acreditarmos em
fronteiras, por isso, em todo o mundo em conjunto com outras
organizações progressistas, estamos nos mobilizando em atos,
contra-propaganda, visitas a embaixadas, instituições e
imprensa alternativa, para fazer com que a verdade e a
justiça prevaleçam e a população e o governo boliviano
possam dar seguimento a esse processo tão inspirador.
Não é uma época de mudanças: é uma mudança de época. Nada
mais poderá ser como antes, e ninguém mais poderá dizer com
convicção que "a História acabou": ela está sendo feita
agora mesmo. E não por heróis, mitos ou lendas, mas sim
pelos povos.
 
Pelo fim da pré-história, e para construirmos a Nação Humana
Universal, convocamos a todos a apoiar a transformação não
violenta, solidária e igualitária para todos que está em
andamento na Bolívia e que esperamos que ganhe cada vez mais
força em todos os rincões da Nossa América Latina.
 
Viva Bolívia!
Viva Evo!
Viva os amigos da Kantuta!
Muchas Gracias! Obrigado!
 
Obs - Texto lido no ato de apoio a Bolívia realizado
neste último domingo na praça Kantuta, em SP.

__,_._,___

seja o primeiro a comentar!

Gostou do MRNV? Então cadastre-se para receber manifestações por Email ou RSS. Não gostou? Entre em contato e sugira uma pauta.

Design by Humanista ^